A mordida do uruguaio Luis Suárez no italiano Giorgio Chiellini em um jogo da Copa do Mundo desta terça-feira (24) motivou a formulação de diferentes teorias para explicar o comportamento surpreendente do jogador. Psicólogos ouvidos pela imprensa internacional afirmam que a mordida pode ser resultado da pressão do jogo, uma "resposta primitiva" a fortes emoções e até uma consequência de sua infância difícil.
Apesar das diversas teorias levantadas, eles são unânimes em afirmar que Suárez precisa de tratamento profissional para controlar seus impulsos violentos.
O próprio Suárez, ao comentar uma mordida anterior - em 2013, a vítima foi Branislav Ivanovic, do Chelsea - descreveu seu comportamento como "uma questão de frustração no calor do jogo", em entrevista à "Sports Illustrated". "Você reage em uma fração de segundo. Algo que pode não parecer uma grande coisa, de repente é e você não está consciente de sua reação ou das repercussões", disse o jogador.
Em entrevista à "BBC", o psicólogo do esporte Thomas Fawcett, da Universidade de Salford, disse que a mordida é rara no esporte, mas, quando acontece, é geralmente uma "resposta primitiva em que a emoção precede o processo do pensamento". Segundo a avaliação de Fawcett, que viu as imagens da mordida diversas vezes, não foi um ato planejado, mas uma resposta emocional espontânea.
Ele acrescentou que a infância pobre pode ter contribuído para a formação de sua personalidade. "Se você olhar para seu histórico, Suárez teve uma criação difícil, em que ele teve de lutar pela sobrevivência."