Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anda em uma corda bamba para equilibrar os desejos do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e de seu aliado no Senado, Renan Calheiros (MDB). Os dois são alagoanos e rivais históricos. E querem seus espaços dentro do governo que toma posse no próximo dia 1° de Janeiro.
Com grande possibilidades de ser reconduzido à presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira começou a colocar as mangas para fora e sinalizar para Lula os ministérios que pretende indicar nomes e ter sob sua influência. Segundo o portal Metrópoles, Lira está de olho em pastas como o Ministério da Saúde ou de Minas e Energia - as duas possuem orçamentos volumosos.
Esses dois ministérios também estão na mira do MDB de Renan Calheiros, que apoiou Lula durante a campanha eleitoral vencida em outubro contra o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), de quem Lira é aliado.
Lula não quer passar nenhum dos dois ministérios aos adversários. Deputado baiano, Elmar Nascimento (União Brasil) foi ventilado para Minas e Energia, mas enfrenta resistência interna do partido.
O presidente eleito toparia deixar o grupo de Lira com o Ministério da Integração Nacional, que deverá ser recriado após desmembramento do atual Ministério do Desenvolvimento Regional. Elmar pode ser escolhido para essa pasta.
Lira, no entanto, pode ter novo embate com o MDB, caso tope ficar com a Integração Nacional. A pasta também é citada por aliados de Renan Calheiros como de interesse do partido.