Andar pelas calçadas, seja em bairros e no centro de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, é uma atividade muitas vezes difícil, segundo alguns moradores do município. A reclamação dos pedestres é que há calçadas que estão interrompidas por resto de construção, por produtos de comércios ou mesmo por veículos.
Aureliano Lima de Souza, de 44 anos, sofreu um acidente vascular cerebral e teve parte do corpo comprometido. Com dificuldade de locomoção, circula por ruas do centro da cidade. O problema aumenta quando ele precisa desviar da calçada para a rua por ter a passagem obstruída.
A falta de acessibilidade começa na rua onde mora, no bairro Atrás da Banca. Aureliano conta que placas antigas de propaganda foram depositadas na calçada há sete anos e nunca foram retiradas. "Venho caminhando e tenho que ir para o meio da rua, na hora de ser atropelado. Estas placas estão no mesmo local há sete anos e mesmo com reclamações dos moradores, a Ordem Pública não conseguiu que as placas fossem retiradas de lá", disse.
O G1 percorreu algumas ruas e flagrou calçadas congestionadas. Na região central, um grupo de pedestres precisou descer da calçada, pois havia um veículo estacionado.
De acordo com a Empresa Petrolinense de Trânsito e Transporte Coletivo de Petrolina (EPTTC), responsável por este tipo de fiscalização, estacionar veículo sobre o passeio público é uma infração grave, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A multa é de R$ 127,69 e perda de cinco pontos na carteira. A EPTTC tem atualmente 53 agentes que trabalham a pé e em viatura. "Registros deste tipo são constantes em nosso município, informou o diretor-presidente da EPTTC.
O secretário-executivo da Secretaria de Ordem Pública e Segurança Cidadã, Jenivaldo Santos, informou que no Centro de Petrolina são feitas fiscalizações diárias, mas que há casos reincidentes. "A multa varia de R$ 200 a R$ 1 mil, mas antes de multar, nós fazemos autuações", destacou o secretário de Ordem Pública. Resto de construções são as campeãs em reclamações, de acordo com Jenivaldo Santos. "As pessoas acreditam que é obrigação da prefeitura retirar o que sobrou da construção, mas isso é de responsabilidade do dono da obra", disse.
Atualmente 15 fiscais trabalham em todo o município. "O número de fiscais é infinitamente pequeno para a demanda. A gestão já tem ciência disso, mas ainda não abriu seleção para novos servidores", ressaltou Jenivaldo Santos.