Na última semana a Prefeitura de Cabrobó renovou, por 90 dias, o decreto de situação de emergência em parte da Zona Rural. No entanto, segundo a Secretaria de Agricultura do município, há reservatórios com até 100% capacidade de armazenamento, mas a água está imprópria para consumo humano.
Segundo dados do Laboratório de Meteorologia da Univasf, em dezembro do ano passado choveu mais que o dobro da média história para o período, que é de aproximadamente 70 milímetros. "Foram 146 milímetros na cidade em um mês, quando o índice esperado é bem inferior", explicou o meteorologista Mário de Miranda.
De acordo com o secretário de Agricultura do município, Marizam Rodrigues, 40 % dos habitantes de Cabrobó moram na Zona Rural, mas a falta de água não é generalizada. "São cerca de 120 localidades que precisam de carros-pipas. Só não precisam de água os locais com adutoras próximas", esclareceu.
Atualmente Cabrobó conta com oito carros do Exército Brasileiro, nove do governo estadual através do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e dois mantidos com recursos próprios do município, o que totaliza dezenove carros-pipas. E o secretário disse que o propósito da renovação do decreto não é colocar dinheiro nas mãos do município, mas garantir a continuação dos auxílios. "Sem o decreto os carros poderiam ser cancelados", justificou Marizam.
Para o agricultor José Freire de Silva, de 63 anos, a água que vem por esse tipo de abastecimento é o que garante o sustento da propriedade. "A chuva veio, mas só tem água nos açudes que ficam a mais de 6 km daqui. Além disso, a água é suja demais, vermelha, barrenta. É o carro-pipa que traz a água pra gente tomar banho, cozinhar e beber. Sem essa ajuda, a única alternativa seria ir embora da propriedade", relatou o morador da Zona Rural de Cabrobó.